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Abre curatorial

Esculturas lúdicas

Sara Rosenberg


Sara Rosenberg trafega com desenvoltura entre os universos da arte, do design e da arte-educação. O humor e a leveza estão presentes em sua trajetória desde o início. Começou a criar ainda criança, literalmente brincando. Fez da escultura seu meio de expressão, reconhecido com prêmios e exposições em galerias aqui e no exterior. Em 1994, ela e a irmã Anete Ring fundaram a Rosenberg Design, que conquistou amplo reconhecimento pelos objetos utilitários que transcendiam sua função, trazendo um forte componente lúdico.


Essa exposição situa sinteticamente esse percurso e se debruça numa atividade mais recente, da última década: a das esculturas destinadas às crianças. Nossas cidades quase não têm espaços públicos de convivência e de fruição da arte, e os poucos existentes costumam privilegiar os adultos. Sara há muito reflete sobre a maneira como a forma artística desperta as potencialidades criativas e imaginativas infantis. Atuou como arte-educadora em vários projetos e, em 1998, defendeu sua dissertação de mestrado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade São Paulo (ECA-USP) justamente sobre o tema “A criança e seu espaço de brincar - Retratos da brincadeira urbana”.


Construídas em fibras de vidro, as esculturas são feitas para serem usadas igualmente por crianças com ou sem necessidades especiais. Como elas só se completam no movimento dos corpos sobre e através delas, estão disponíveis para - mais do que o toque – o livre uso. Aqui no espaço interno, mostramos um pouco do processo de elaboração das obras, por meio de estudos e modelos em escala reduzida feitos de isopor, gesso ou argila. Apresentamos também algumas das peças mais relevantes do seu percurso no design.


É interessante observar como as obras conversam entre si, sejam elas utilitárias ou não, figurativas ou abstratas, em desdobramentos de linguagens quase sempre com fortes componentes lúdicos. E, como o vai-e-vem de Sara entre arte e design é constante, temos o prazer de abrir espaço também para a estreia de sua atuação em mobiliário urbano, com bancos que acabam de sair do forno.


Mais do que tudo, o que queremos com esta exposição é, em consonância com os objetivos de Sara, ampliar os limites de desfrute do viver criativo.


Adélia Borges

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