O Museu da Casa Brasileira e a Fundação Padre Anchieta, sua atual gestora, trazem ao público de forma inédita a produção escultórica de Sara Rosenberg, cuja atuação múltipla transita entre os campos da arte, do design e da arte-educação.
Com curadoria da crítica e historiadora de design Adélia Borges, a mostra nos apresenta a cronologia e a trajetória criativa da autora, desde sua experiência com a prática pedagógica até sua produção como designer – entre 1994 e 2010 – à frente da Rosenberg Design, em parceria com sua irmã arquiteta Anete Ring. Em 1995, recebeu menção honrosa no Prêmio Design Museu da Casa Brasileira com uma linha de puxadores, que já caracterizava sua experimentação com o universo formal orgânico.
Há quase uma década, Sara tem se dedicado à produção de esculturas lúdicas e gerado peças reproduzíveis serialmente e dedicadas à experimentação liberta e criativa das crianças. A organização da exposição destaca, sobretudo, aspectos de seu processo criativo, ao reconstruir um pouco do ambiente vívido do ateliê na elaboração empírica da própria forma, que prescinde do desenho e esculpe diretamente nas diversas matérias usadas em seu trabalho.
A primeira sala se configura como um espaço de brincar coberto, com a escultura Cobrinha pronta para interagir com o público. As áreas externas do museu, o jardim frontal na Avenida Faria Lima, o pátio central e o jardim posterior estão repletos de esculturas coloridas, e disponibilizam ao público da cidade – com cada vez menos espaços abertos de convivência e fruição integrada à arte – uma opção de território de brincar.
Com a exposição Esculturas Lúdicas, marcamos uma nova etapa de integração e acolhimento institucional, ao inaugurar o pátio como um espaço aberto para a programação e substituir sua tradicional função de estacionamento. Ele agora conta com uma arquibancada e tablados emborrachados destinados às ações do Educativo, Música e Mostras. Aos visitantes, disponibilizamos uma produção que integra a criação artística e o respeito à acessibilidade de todas as crianças, com seus diferentes espectros de interação, por meio de um design cuidadoso e atento, que pressupõe experimentação tanto no processo de execução quanto em sua utilização.
Giancarlo Latorraca
Diretor-técnico